Na última segunda-feira (14), o rapper e empresário Sean “Diddy” Combs declarou-se inocente diante de novas acusações federais de tráfico sexual e transporte para fins de prostituição, durante audiência realizada no tribunal federal de Manhattan, nos Estados Unidos.
As novas acusações se somam a um processo anterior por extorsão e associação criminosa e incluem cinco crimes federais. O documento atualizado, apresentado em 4 de abril, introduz alegações relacionadas a uma segunda vítima, identificada como “Vítima-2”. Segundo os promotores, entre 2021 e 2024, Combs teria utilizado força, fraude ou coerção para forçar a vítima e outras pessoas a atos sexuais com fins comerciais, além de transportá-las entre estados norte-americanos para fins de prostituição.
A equipe de defesa afirma que os relacionamentos eram consensuais e que não há novas vítimas além das já mencionadas anteriormente. Os advogados também solicitaram à Justiça o direito de fazer perguntas a potenciais jurados sobre temas como uso de drogas, violência doméstica e conteúdo sexual explícito, alegando que esses assuntos serão discutidos durante o julgamento.
Os promotores, por sua vez, defendem um questionário mais direto, focado apenas na imparcialidade dos jurados. O juiz federal Arun Subramanian manteve o cronograma do julgamento, com seleção do júri marcada para 5 de maio e início dos depoimentos em 12 de maio. A defesa, no entanto, avalia pedir o adiamento de duas semanas, argumentando que ainda há pendências relacionadas à entrega de provas por uma testemunha-chave.
Combs, de 55 anos, está detido no Centro de Detenção Metropolitano do Brooklyn desde setembro de 2024, após ter o pedido de fiança negado.
Ele também enfrenta múltiplas ações civis, movidas por homens e mulheres que o acusam de abuso sexual. Em novembro de 2023, a cantora Cassie, ex-namorada do artista, entrou com um processo contra ele por agressão e abuso sexual. O caso foi encerrado após um acordo extrajudicial. Um vídeo de 2016, divulgado pela CNN, mostra Combs agredindo Cassie em um corredor de hotel. Após a repercussão, ele se desculpou publicamente.
Segundo a promotoria, Combs teria usado sua posição na indústria musical para explorar mulheres ao longo de duas décadas, organizando eventos conhecidos como “freak-offs”, com participação de trabalhadores sexuais masculinos. Se condenado, o artista pode pegar prisão perpétua.