O influenciador Rico Melquiades, campeão do reality show A Fazenda 13, prestou depoimento na manhã desta quarta-feira (14) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, no Senado. Convocado na condição de testemunha, ele é investigado pela Polícia Civil de Alagoas por supostamente incentivar seguidores a apostar em plataformas não autorizadas.
Com mais de 10 milhões de seguidores nas redes sociais, Rico se apresenta como embaixador de uma casa de apostas que opera por meio de liminar, sem autorização formal do Ministério da Fazenda. O depoimento estava originalmente agendado para a semana passada, mas foi adiado após solicitação dos advogados de Rico, que alegaram não ter recebido a notificação dentro do prazo.
A CPI apura o envolvimento de influenciadores digitais na promoção de jogos de azar online e investiga possíveis cláusulas em contratos com plataformas de apostas que garantiriam bônus financeiros baseados nas perdas dos apostadores, o que ficou conhecido como a suposta “cláusula da desgraça alheia”.
Na véspera, a influenciadora Virginia Fonseca também foi ouvida pelo colegiado e negou a existência dessa cláusula em seus contratos. Ela afirmou, no entanto, que receberia bônus caso ajudasse a aumentar os lucros da empresa.
Na noite de terça-feira (13), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu parcialmente um pedido da defesa de Rico Melquiades e garantiu ao influenciador o direito de não responder a perguntas que possam implicá-lo em possíveis crimes durante o depoimento.
O influenciador negou o uso de contas ‘demo’ em apostas online. Ele também demonstrou como faz apostas no “trigrinho” pelo celular, a pedido da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI. Acompanhando a demonstração, estavam também os senadores Izalci Lucas (PL-DF) e Hiran (PP-RR).
A CPI das Bets tem até junho para concluir os trabalhos e considera os depoimentos de influenciadores como estratégicos para entender o funcionamento da indústria de apostas online, além de discutir possíveis conflitos éticos e regulamentações futuras. A relatora da comissão, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), afirmou que as oitivas são fundamentais para mapear as estratégias de comunicação das plataformas.