Alok
Alok se apresentando no Pacaembu, em 28 de junho de 2025 (Foto: Felipe Castelani/@fecastelani)

Alok transforma Pacaembu em manifesto audiovisual e reforça o poder da arte humana

Um sábado que parecia comum se transformou em um espetáculo fora do tempo. O estádio do Pacaembu virou palco de uma experiência imersiva conduzida por Alok, um dos maiores nomes da música eletrônica mundial. A nova turnê do DJ, batizada de Áurea – Keep ArtHuman, foi muito além de luzes, batidas e efeitos: foi um grito artístico pela preservação da essência humana na era das máquinas.

 

Um show que é mais que show

Com uma estrutura cinematográfica, o palco foi dominado por uma narrativa distópica, que se desenrolava entre os telões, os drones e o corpo de dança formado por 45 dançarinos brasileiros. A performance provocava o público a refletir: até onde a inteligência artificial pode participar da criação artística sem anular o humano?

 

A abertura do espetáculo já dava o tom. Com trilha tensa e imagens futuristas, o público foi imerso em um universo onde a arte está ameaçada por códigos e algoritmos. Em resposta, Alok surge ao centro de uma estrutura metálica em movimento, e lança a provocação que guiaria toda a noite: “A arte precisa de alma”.

 

Cinco atos e uma jornada audiovisual

Dividido em cinco blocos, o show misturou música eletrônica com elementos de teatro, cinema e ancestralidade. Cada parte da apresentação explorava um conceito: da dominação tecnológica à retomada da consciência coletiva, passando por raízes culturais, natureza e espiritualidade. Entre os destaques técnicos, Alok quebrou o recorde latino-americano ao utilizar 1080 drones simultaneamente no céu do Pacaembu, formando desenhos, padrões e símbolos que acompanharam a narrativa. Além disso, 50 máquinas de laser completaram o visual, criando um ambiente de ficção científica em tempo real.

 

Convidados que ecoaram a mensagem

Entre os momentos mais emocionantes, a participação de Gilberto Gil elevou o show para um novo patamar. Ao lado de Alok, ele apresentou versões repaginadas de sucessos que dialogam com brasilidade e resistência cultural. Foi a primeira vez que os dois dividiram o palco com repertório inédito e conjunto, marcando também o lançamento de um projeto musical colaborativo.

 

Também estiveram presentes vozes indígenas e artistas vocais que trouxeram camadas ainda mais profundas à experiência, conectando passado e presente com ritmos, rezas e samples da natureza.

 

O manifesto como identidade

A turnê “Keep Art Human” não é apenas uma série de shows: é uma declaração de princípios. Em uma era onde cada vez mais a criatividade é ameaçada por soluções automatizadas, Alok propõe uma discussão urgente sobre o papel da emoção, da memória e da cultura no processo criativo.

 

A mensagem é clara: a tecnologia é uma aliada, mas jamais deve substituir o olhar humano. E o espetáculo deixa isso evidente ao emocionar justamente por aquilo que não pode ser simulado – a presença, o suor, o corpo e a alma.

 

Do palco para o planeta

Outro ponto de destaque foi a dimensão ambiental do projeto. Parte da bilheteria está sendo destinada a iniciativas de reflorestamento em áreas degradadas da Mata Atlântica. A chamada “Floresta Áurea” é uma extensão do show no mundo real, reforçando o compromisso do artista com o futuro do planeta.

 

Um dos maiores marcos da música eletrônica nacional

Alok não só entregou um espetáculo grandioso, como fincou seu nome na história com um evento que uniu entretenimento, crítica social e inovação tecnológica.

 

A noite no Pacaembu mostrou que é possível emocionar, provocar e entreter ao mesmo tempo – tudo isso com assinatura brasileira e mensagem global.

 

Veja, abaixo, os melhores momentos do show:

Fotos: Felipe Castelani/@fecastelani

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